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Manchete nos Jornais para este Domingo 03 de Outubro de 2010

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Governistas, famosos e exóticos: a cara do novo Congresso – A maior eleição da história – O alto preço da escolha errada – A trajetória dos presidenciáveis – De coadjuvante a fiel da balança eleitoral – Refém de uma ginástica numérica – Alckmin deve ser eleito no 1º turno em SP – Marina busca “sair maior” para tentar de novo em 2014 – Para Serra, fala de petista sobre o aborto revela “ambiguidade” …

Folha de São Paulo

Datafolha mostra Dilma com 50% dos votos válidos; 2º turno está indefinido

A eleição do 40º presidente da República do Brasil chega ao seu dia decisivo sem definição sobre se haverá ou não segundo turno. Pesquisa Datafolha realizada ontem com 20.960 entrevistas em 521 municípios em todo o país mostra Dilma Rousseff (PT) com 50% dos votos válidos, seu menor patamar desde o dia 12 de agosto. José Serra (PSDB) tem 31%, e Marina Silva (PV), 17%. Os demais somaram 2% dos votos válidos.

Dilma tem exatamente o mesmo percentual que a soma dos demais candidatos. A margem de erro máxima é de dois pontos.

No último dia da campanha, a candidata do PT procurou mostrar cautela. Serra e Marina fizeram apelos pelo segundo turno.

Pesquisas apontam tendência de continuísmo nos Estados. De 17 a 22 unidades da Federação devem decidir as eleições hoje. Em São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) tem 55% dos votos válidos, segundo o Datafolha.
Para o Senado, candidatos do PT ou da aliança que sustenta o governo Lula lideram em vários Estados. Em São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) foi a 20%, e embolou a disputa com Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula (PC do B), ambos com 24%.

Ibope mostra Dilma com 51% dos votos válidos

Pesquisa do Ibope mostra a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, com 51% dos votos válidos, contra 31% do tucano José Serra.
Por esse levantamento, Marina Silva, do PV, aparece com 17%, e Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, fica com 1% dos votos válidos.

Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, não é possível afirmar se a eleição será decidida no primeiro ou no segundo turno -mesmo cenário apontado pelo Datafolha.

Foram realizadas 3.010 entrevistas na sexta-feira e no sábado. O número de registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é 33.252/ 2010. O levantamento foi encomendado pela TV Globo e pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

Siglas tentam barrar Datafolha em Estados

Partidos e coligações de cinco Estados e do Distrito Federal recorreram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nas últimas horas para tentar impedir a divulgação de pesquisas do Datafolha sobre as eleições para governador.
As impugnações -pedidos de proibição- ocorreram em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e no DF.

A Folha publica hoje cinco desses seis levantamentos. A pesquisa sobre a disputa do governo do Paraná não será publicada porque o TSE negou ontem mais um pedido do instituto para liberá-la.

A publicação deste levantamento foi proibida pela corte a pedido da coligação de Beto Richa, candidato do PSDB ao governo.

Petista oscila dois pontos e volta ao patamar de agosto

Pesquisa Datafolha realizada ontem e anteontem indica que a disputa presidencial segue incerta sobre terminar ou não hoje, já no primeiro turno. Quando se consideram só votos válidos, Dilma Rousseff (PT) está com 50% contra 50% de todos os outros candidatos somados.

Para vencer no primeiro turno é necessário ter mais da metade dos votos.
No levantamento anterior, realizado terça e quarta-feira, Dilma tinha 52% dos votos válidos. Agora, oscilou dois pontos percentuais para baixo. Essa variação está dentro da margem de erro máxima da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Petista volta a perder votos na nova classe C

A impossibilidade de se prever se a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, terá ou não de enfrentar um segundo turno ocorre principalmente pelas variações de intenções de voto em alguns dos estratos que concentram o maior número de eleitores.

Assim como na pesquisa Datafolha divulgada na terça passada, Dilma voltou a perder votos entre os eleitores com renda familiar mensal entre dois e cinco salários mínimos (R$ 1.020 e R$ 2.550).

Ela oscilou negativamente dois pontos nessa faixa, de 45% para 43%. É nesse estrato da população que está concentrada a maior parte da chamada nova classe C, que ascendeu economicamente durante o governo Lula.

Cerca de 30 milhões de pessoas entraram na classe C a partir de 2003, segundo cálculo.

Dilma descarta clima de oba-oba eleitoral

Em evento de campanha ontem na região do ABC paulista, a presidenciável petista, Dilma Rousseff, rechaçou o clima de oba-oba na véspera da eleição. “Ninguém está preparando festa nenhuma. Temos muito respeito pelo processo eleitoral”, disse.

Um dia antes, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal recebeu pedido de reforço policial para possível festa de comemoração da vitória da candidata do PT.

O documento recebido anteontem, via fax, continha o timbre do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República. Requeria reforço para a Esplanada dos Ministérios a partir das 19h, duas horas após o fim da votação.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, João Monteiro Neto, apesar da solicitação, não haverá nenhuma operação especial para a região. O GSI informou que vai verificar a autoria do fax e somente depois se manifestará sobre o caso.

Para Serra, fala de petista sobre o aborto revela “ambiguidade”

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou a atitude de sua adversária Dilma Rousseff (PT) em relação ao aborto no início da noite, em entrevista a um portal de militantes tucanos.

O tema ganhou força na última semana da campanha e levou a candidata petista, após perceber potencial de danos eleitorais, a se reunir com líderes religiosos para negar que seja a favor da legalização do aborto.
“Dilma deu entrevistas no passado dizendo que era a favor do aborto, e depois já começou a escorregar. O mais grave não é a posição em si, mas a ambiguidade”, disse ao portal Rede Mobiliza.

Marina diz ser a única capaz de provocar “2º turno competitivo”

A candidata à Presidência Marina Silva (PV) disse ontem no Rio ser a possibilidade de um “segundo turno competitivo”. “O Brasil sabe que tenho condições de competir com a Dilma [Rousseff, candidata do PT] de igual para igual”, afirmou.

Para ela, Serra “é a repetição do que foi em 2006”. “Eu sou a grande novidade. O mundo inteiro está olhando para o Brasil porque [o país] sinaliza que quer ter o feminino na Presidência da República”, disse ela, no Rio.

Marina não quis comentar o eventual apoio que parte de seu partido já negocia ao PSDB, em caso de segundo turno entre Serra e Dilma.
Ela repetiu que conseguiu, ao longo dos três meses de campanha, “quebrar o plebiscito”, em referência à polarização PT e PSDB.

Vença ou não, Dilma vai ouvir Lula para agir

A candidata petista Dilma Rousseff acredita numa vitória no primeiro turno na eleição presidencial, mas prefere ser cautelosa e evitou traçar planos com sua equipe para o dia seguinte.

Até aqui, deixou vazar a assessores apenas que, seja qual for o resultado, vai descansar alguns dias e, em seguida, reunir-se com o presidente Lula para definir a estratégia de um eventual segundo turno ou de montagem da equipe de transição e de futuro governo.

Dilma insiste com sua equipe que falar sobre planos futuros antes de saber o resultado da eleição “dá um grande azar”. É sua senha para evitar o assunto.

Caso vença no primeiro turno, Dilma vai tirar de três a cinco dias de descanso. Se a eleição for para o segundo turno, a folga será reduzida a dois dias, no máximo.

Serra diz ter certeza de que irá ao 2º turno

Apesar do ceticismo que paira sobre seus próprios aliados, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, chega hoje à sua nona eleição dizendo-se certo de que haverá segundo turno e já planeja retomar o ritmo de campanha amanhã mesmo.

“Sei que muitos de vocês não acreditam. Mas tenho certeza de que estarei no segundo turno”, disse Serra a íntimos colaboradores, antes mesmo de a candidatura Dilma sofrer abalos.

Expresso numa agenda agitada, esse otimismo preocupa tucanos. Temem que Serra sofra um choque caso a expectativa seja frustrada.
Os tucanos trabalham com as duas hipóteses. Confirmado o segundo turno, Serra deverá convocar aliados já eleitos -como o ex-governador de Minas Aécio Neves- para reforçar a campanha.

Marina busca “sair maior” para tentar de novo em 2014

As pesquisas lhe davam chances remotas de ir ao segundo turno, mas ela subia a escada radiante, cantarolando o próprio jingle, como se estivesse prestes a receber a faixa presidencial.

A dois dias da eleição, Marina Silva era só entusiasmo ao chegar a seu comitê eleitoral anteontem à tarde, após um debate que invadiu a madrugada, uma ponte-aérea, três entrevistas e um tumultuado corpo a corpo debaixo de chuva no viaduto do Chá.

Aos 52 anos, a candidata do PV ao Planalto quer dar hoje novo significado a um antigo clichê do vocabulário político: perder nas urnas, mas sair maior da eleição. Ou “perder ganhando”, na versão reciclada do “marinês”.

Marina ficará em terceiro lugar com mais de 15 milhões de votos, segundo projeções. Neste caso, deixa a disputa com dois desafios: manter a agenda ambientalista em alta e pavimentar o caminho para tentar de novo em 2014.

Dilma inflou dados, e Serra fez promessas complicadas

Ao fim de três meses de campanha eleitoral, Dilma Rousseff foi quem mais inflou números e feitos, José Serra fez as promessas mais extravagantes e Marina Silva se escudou nas bandeiras mais abstratas.

Os três principais candidatos ao Palácio do Planalto não apresentaram grande diversidade programática -em linhas gerais, os diagnósticos do presente e prioridades para o futuro são semelhantes. As nuances de retórica se explicam por diferentes estratégias, estilos e circunstâncias.
Especialmente no início da disputa, quando ainda não havia assumido a liderança nas pesquisas, Dilma amparou seu discurso na comparação entre os resultados dos governos FHC e Lula.

Não bastava, porém, apresentar indicadores melhores: era preciso estabelecer desastres tucanos seguidos de redenções petistas.

Campanha não teve discussão de propostas

Quando o eleitor parar em frente à urna, terá passado por três meses de campanha. Dificilmente, porém, poderá dizer que os 90 dias serviram para deixá-lo mais esclarecido a respeito das diferenças entre os programas dos principais candidatos à Presidência. Até porque eles não apresentaram programa.

A minirreforma eleitoral de 2009 introduziu a obrigatoriedade de apresentação das propostas de governo no registro da candidatura. Apesar disso, os principais candidatos a presidente não fecharam um programa consolidado -a regra não detalha como devem ser os planos.
José Serra (PSDB) apresentou dois discursos como plano de governo. Neles, ataca o governo federal, fala de suas origens, e compara, veladamente, o presidente Lula ao rei francês Luís 14, cujo lema era “o Estado sou eu”.

Alckmin deve ser eleito no 1º turno em SP

Geraldo Alckmin (PSDB) deve ser eleito hoje governador de São Paulo com 55% dos votos válidos, segundo pesquisa do Datafolha.
Aloizio Mercadante (PT), que cresceu na última semana, perdeu fôlego na reta final e parou com 28%.

A pesquisa, realizada ontem e anteontem com margem de erro de dois pontos percentuais, mostra ainda que Celso Russomanno (PP) ficou com 9%, e Paulo Skaf (PSB), com 1%.

Segundo o Datafolha, 3% dos eleitores afirmam que votarão branco ou nulo, e 5% não sabem em quem votar.

Tucano se diz confiante, e petista faz apelo

Em campanha ontem na avenida Paulista, região central de São Paulo, Geraldo Alckmin, candidato do PSDB ao governo do Estado, falou em tom de fim de eleição.

O tucano, no entanto, se recusou a falar em vitória hoje, já no primeiro turno.

Já o candidato do PT, Aloizio Mercadante, fez apelo aos eleitores após desfile em carro aberto em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Fiado no prestígio do governo federal, ele afirmou que o Estado não pode mais “continuar contra o Brasil”.

Com 55%, Anastasia deve suceder Aécio

Empurrado pelo ex-governador Aécio Neves (PSDB), o tucano Antonio Anastasia, 49, deverá ser eleito hoje governador de Minas Gerais, com 55% dos votos válidos, segundo o Datafolha.

É o percentual mais alto atingido por Anastasia, herdeiro de Aécio no cargo, desde que virou a eleição contra Hélio Costa (PMDB), no começo de setembro.

Hoje, o peemedebista marca 42% dos votos válidos.
Considerando os índices de intenções de voto (incluindo brancos e nulos), Anastasia tem 47%, ante 36% de Hélio Costa.

Segundo o instituto, o percentual de indecisos no eleitorado mineiro era de 10% na véspera da eleição. Outros 4% votarão em branco ou nulo. Os demais candidatos, juntos, somam 3%.
A pesquisa foi feita ontem e na sexta. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Campos atinge 79% e deve vingar derrota do avô Arraes em 98

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), 45, tem 79% dos votos válidos, segundo o Datafolha, e será reeleito com folga hoje. Jarbas Vasconcelos (PMDB) registrou 19%.

Edílson Silva (PSOL) e Sérgio Xavier (PV) aparecem com 1% cada.
A pesquisa foi realizada sexta-feira e ontem, com 1.597 eleitores de 43 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Eleito hoje no primeiro turno, Campos devolverá a derrota histórica sofrida por seu avô Miguel Arraes (1916-2005) na eleição de 1998, vencida pelo mesmo Jarbas.

Teotonio sobe e passa Collor; disputa deve ir ao segundo turno

O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), 51, subiu sete pontos percentuais e passou numericamente os demais candidatos, segundo a última pesquisa Ibope, divulgada anteontem pela TV Gazeta de Alagoas.
Vilela, que antes aparecia em terceiro, agora tem 34% e continua em empate técnico com o ex-presidente Fernando Collor (PTB), 61, que subiu dois pontos e tem 31% das intenções de voto.

O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), 61, tem 24%.
Os três principais candidatos ao governo de Alagoas já comandaram o Estado por cerca de 14 anos, sem que tivesse havido mudanças significativa em seus indicadores sociais. Nessa eleição, eles prometem novamente gerar empregos e investir na saúde e na educação.

“Privilegiado”, Jaques Wagner (PT) deve se reeleger no 1º turno

Em uma campanha em que um aliado de Lula acabou abandonado, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), 59, é favorito para se reeleger hoje, com 58% dos votos válidos -oscilou positivamente um ponto em relação à pesquisa anterior.

Wagner enfrentou Geddel Vieira Lima (PMDB), 51, na condição de candidato mais lulista junto ao eleitorado. Apesar do palanque duplo, Dilma e Lula só foram ao comício do aliado petista.
Segundo o Datafolha, Geddel está apenas em terceiro, com 16% dos votos válidos.

Rifado, o PMDB baiano precisou ser acalmado pelo presidente da sigla e vice de Dilma, Michel Temer. O partido promete cobrar a fatura do tratamento na composição do próximo governo.

Agnelo chega a 55% e deve ser eleito hoje no Distrito Federal

Agnelo Queiroz (PT) deve vencer no primeiro turno a eleição para o governo do Distrito Federal. Ele teria 55% dos votos válidos, contra 28% de Weslian Roriz (PSC), mulher do ex-governador Joaquim Roriz.
Segundo o Datafolha, Toninho do PSOL teria 15%, e Eduardo Brandão (PV), 3%. Os outros candidatos não pontuaram na pesquisa.

Nos votos totais, que consideram brancos e nulos, Agnelo subiu três pontos em relação ao levantamento de 28 e 29 de agosto e tem 46% das intenções de voto. Weslian caiu cinco e tem 24%.

Ela caiu de paraquedas na campanha semana retrasada, quando Roriz desistiu da candidatura após o Supremo Tribunal Federal interromper o julgamento de seu recurso contra a aplicação da Lei da Ficha Limpa.

Tarso volta a subir, chega a 55% e deve ser eleito no 1º turno

O ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT), 63, deve ser eleito hoje no primeiro turno ao governo do Rio Grande do Sul, com 55% dos votos válidos, segundo pesquisa Datafolha.

De acordo com o instituto, o petista ganhou terreno na última semana antes da eleição e subiu três pontos percentuais -tinha 52% dos votos válidos (excluídos brancos e nulos).

José Fogaça (PMDB) oscilou negativamente dois pontos e agora tem 27%, movimento idêntico ao da governadora Yeda Crusius (PSDB), que aparece com 16%.

Considerando o percentual de intenções de voto, Tarso marca 48%, e Fogaça, 24%. A tucana tem 14%. Outros 4% votarão em branco, e 8% dos eleitores ainda não sabem em quem votar.

A pesquisa foi feita nos dias 1º e 2 deste mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

TSE nega recurso do Datafolha para divulgar pesquisa impugnada por PSDB

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negou o último pedido do Datafolha para divulgar pesquisa de intenção de voto no Estado -a do Ibope foi liberada.

Nas últimas duas semanas, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) impugnou nove pesquisas de intenção de voto. Sete dessas proibições foram feitas a pedido da coligação de Beto Richa (PSDB), 45. As outras foram solicitadas pelo PRTB.

A Folha apurou que os pedidos foram estratégicos, pois a última pesquisa Datafolha divulgada, em 16 de setembro, indicava crescimento do principal adversário de Richa, Osmar Dias (PDT), 58.

Aloysio mantém tendência de alta e empata com Netinho e Marta

O candidato Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) oscilou positivamente um ponto e empatou tecnicamente com Netinho de Paula (PC do B) e Marta Suplicy (PT) na disputa por duas vagas de São Paulo no Senado.
Segundo o Datafolha, os três brigarão pelas cadeiras voto a voto, e não é possível afirmar quem ficará de fora.

Aloysio teria 20% dos votos válidos, aponta levantamento realizado ontem e anteontem no Estado. Netinho e Marta continuam numericamente à frente, com 24%.

Os três chegam às urnas empatados no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Candidato à reeleição, o senador Romeu Tuma (PTB), que interrompeu a campanha por motivo de saúde, teria 14% dos válidos. Depois aparecem Ciro Moura (PTC), com 5%; Ricardo Young (PV), com 4%; e Moacyr Franco (PSL), com 3%. Ana Luiza (PSTU) teria 2%.

Correio Braziliense

Pupila com chances de superar o mentor

A petista Dilma Rousseff chega ao dia da eleição presidencial com a chance de conquistar a maioria dos 135,8 milhões de eleitores, superando assim o próprio criador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, nas duas últimas campanhas, precisou disputar o segundo turno eleitoral. Ao longo de uma corrida de 90 dias, Lula viu a pupila assumir uma posição mais confortável do que a dele em 2002 e em 2006.

A vitória ainda é uma incógnita, mas o segundo turno é menos provável. Oito anos atrás, Lula chegou em 6 de outubro com mínimas chances de encerrar a corrida pelo Palácio do Planalto num só turno. Na reta final, o então presidente do PT, José Dirceu, enviou carta aos militantes petistas pregando que deveriam se preparar para mais um mês de campanha.

Refém de uma ginástica numérica

O tucano José Serra entrou na campanha eleitoral com uma certeza: era preciso evitar o segundo turno contra Dilma Rousseff (PT), quando a presença do presidente Lula no pleito pesaria o jogo em favor da petista. Amparado em pesquisas que o apontavam com mais de 40% das intenções de voto, o ex-governador de São Paulo e seus aliados acreditavam que seria possível vencer a ex-ministra da Casa Civil a partir do enfrentamento em debates e, principalmente, da comparação de currículos. A aposta era na inexperiência da adversária. Três meses depois do início da campanha, praticamente nenhum plano traçado por Serra saiu como a encomenda.

Hoje, o tucano comparecerá às urnas no Alto de Pinheiros, em São Paulo, com a última aposta focada no mesmo segundo turno que outrora acreditava poder evitar. A esperança de prorrogar a decisão, no entanto, não se sustenta sobre a sua própria performance. Estagnado nas pesquisas, Serra aposta as fichas no desempenho de Marina Silva (PV) para conseguir levar a decisão para o segundo turno. Tudo isso com a calculadora apontando uma equação truncada.

De coadjuvante a fiel da balança eleitoral

Foi, no mínimo, um ato de coragem. Um tiro no escuro, um salto no precipício para os mais céticos. Como já fez outras vezes, Marina Silva (PV) ignorou os descrentes. Decidiu ser candidata à Presidência da República sabendo que a reeleição ao Senado seria certa. Sem apoio de um único partido, com pouquíssimo tempo na propaganda eleitoral no rádio e na TV. Começou mal, ficou estacionada numa campanha morna e só nas últimas três semanas obteve a confirmação do êxito de sua decisão.

Marina é, há 20 dias, o fiel da balança da disputa presidencial. Se as urnas apontarem hoje um segundo turno, a responsável será a agressiva — pelo menos nas últimas semanas — candidata do PV. Mesmo sem um cargo garantido pelo voto, Marina sai das urnas mais forte do que antes de se atirar no desconhecido.

A graça de uma disputa apática

Plínio de Arruda Sampaio (PSol) foi responsável por tirar o grupo dos nanicos candidatos à Presidência da República do anonimato. Aos 80 anos, bodas de diamante na vida pública e no casamento, o presidenciável deu graça a uma eleição sem graça. Animou debates com seu jeito descontraído e sincero. Destilou comentários ácidos. Alfinetou os adversários com perguntas capciosas e ainda virou trending topics (um dos temas mais comentados) no Twitter, angariando votos dos jovens eleitores. As propostas do candidato foram deixadas de lado por militantes e seguidores. Pareciam distantes demais da realidade.

“Estou feliz porque as coisas que não poderiam ser ouvidas pelo povo foram ditas”, disse, referindo-se ao balanço da sua campanha. O candidato defende a taxação de grandes fortunas, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, 10% do PIB para a saúde pública, aluguel compulsório de imóveis vazios, limite da propriedade da terra em mil hectares e a extinção do Senado. “Nós governamos para os pobres. Doa em quem doer”, afirmou Plínio, durante o debate da Globo na última quinta-feira, acusando Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) de terem propostas semelhantes e voltadas para os interesses econômicos. “Aqui são duas propostas distintas. Uma das soluções radicais e outra das melhorias pontuais das classes dominantes”, afirmou.

A trajetória dos presidenciáveis

Militantes da esquerda no passado, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) chegam às urnas, hoje, como representantes de três gerações políticas distintas. Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, os três estavam unidos por um espectro político que parecia ser um só, apesar da distância geográfica, da forma de atuação e da completa ausência de relação entre eles. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, Dilma militou contra a ditadura. Serra fez o mesmo em São Paulo, foi vítima desse processo, ficou exilado por 14 anos. No Acre, Marina comandou embates nos seringais contra o desmatamento, aderiu ao marxismo, aliou-se a Chico Mendes e combateu a opressão seguindo a cartilha da ala mais revolucionária da Igreja Católica.

O curso da história política brasileira, após a ditadura, distanciou os três. Dilma aderiu ao petismo, fez dele uma bandeira e um trampolim político. Serra é centro-esquerda, representa bem o pensamento tucano. Marina comunicou-se com Dilma por quase seis anos, foram colegas de governo nas gestões de Lula. Mas diverge da petista, defende o desenvolvimento sustentável e está isolada politicamente nessa defesa.

A era da Ficha Limpa

Em vigor há quatro meses, a Lei da Ficha Limpa mudou a história das eleições de 2010. A regra chegou para moralizar o processo eleitoral, mas a incerteza quanto a sua aplicação tirou o sono de muitos candidatos e deixou em dúvida os eleitores que vão hoje às urnas. Os votos dados aos políticos que foram barrados com base na lei não vão ser incluídos no resultado oficial das eleições. Ficarão armazenados em um arquivo da Justiça Eleitoral e só se tornarão válidos se o político que hoje está com a candidatura indeferida conseguir reverter sua inelegibilidade.

Ao não decidir sobre a validade da lei para este pleito, o Supremo Tribunal Federal (STF) interferiu diretamente nos resultados das eleições nos estados, que poderão ficar indefinidos até que o STF tome uma posição sobre a aplicação da lei neste ano. O Supremo levou dois dias julgando um recurso do então candidato ao Governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC), mas um empate de cinco votos a cinco levou a Corte a suspender a análise sem a proclamação de qualquer resultado.

Rumo ao quinto mandato

O poder que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem para convencer o eleitor do Brasil a votar em Dilma Rousseff para presidente não vinga no maior colégio eleitoral do país. Em São Paulo, o candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes, Aloizio Mercadante, está com 27% das intenções de voto, segundo o último levantamento Datafolha. Na primeira pesquisa, feita em julho, tinha 14%. Já o seu principal oponente, Geraldo Alckmin (PSDB), aparece com 49%. Tinha 50% três meses atrás. Todas as pesquisas feitas até ontem no estado não apontam segundo turno. Considerado tradicional e conservador, o eleitor paulistano prefere manter o PSDB no poder estadual há 16 anos.

Alckmin prega o continuísmo, enquanto Mercadante defende uma mudança. A campanha de ambos foi marcada por troca de farpas na reta final da corrida eleitoral. “O Geraldo Alckmin me ataca pelas costas e se recusa a me enfrentar quando estamos olho no olho”, disse o petista nos últimos comícios. O tucano rebate dizendo que não gosta de baixarias. A estratégia de Alckmin foi evitar o confronto com Mercadante para não por em risco a sua liderança. O candidato do PSDB, assim como todo o seu comando de campanha, morre de medo do segundo turno em São Paulo por conta do empenho que Dilma e Lula teriam para eleger o petista.
União de petistas

“Aqui, um ajuda o outro. Nosso objetivo é mais de 50%. Se der um pontinho a mais, tudo bem”, afirma o candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo PT, Tarso Genro, antes de começar a sua terceira caminhada da véspera da eleição, em busca de duas vitórias no primeiro turno — a própria e a da candidata a presidente, Dilma Rousseff. Os dois votam juntos hoje na Vila Assunção, zona Sul da capital gaúcha. Se conseguir, será a primeira vez que o povo gaúcho elege seus governadores em primeiro turno, desde que a reeleição foi aprovada pelo Congresso, há 13 anos.

Tarso e Dilma estão numa situação parecida. As últimas pesquisas apresentaram os dois com percentuais capazes de liquidar a eleição ainda hoje, sem precisar enfrentar uma segunda rodada contra os adversários. O levantamento do Ibope encomendado pela RBS, o último divulgado antes do pleito, apresentou o petista com 48% das intenções de voto, seguido do ex-prefeito da capital José Fogaça (PMDB), com 26%. A governadora-candidata, Yeda Crusius, do PSDB, tem 15%. Os indecisos, 5%.Pedro Ruas, do PSol, Júlio Flores, do PSTU, e Aroldo Medina (PRP) tiveram 1% cada um. Os demais não chegaram a um dígito.

Virada com mão de Aécio

Depois de 90 dias de campanha, o governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) chega como favorito para conquistar mais um mandato, superando um cenário que dava ao principal adversário nas urnas, o senador Hélio Costa (PMDB), todas as condições de se eleger. O peemedebista começou a corrida eleitoral bem à frente do tucano, chegando a estar com até 26 pontos percentuais de diferença nas pesquisas de intenção de voto. Depois do início do programa eleitoral gratuito de rádio e televisão e viagens pelo interior, no entanto, Anastasia começou a crescer e acabou virando o jogo.

A aposta dos tucanos foi na fixação da imagem do governador mais do que como um aliado, um corresponsável pelos quase oito anos da gestão Aécio Neves (PSDB). As pesquisas internas do partido entenderam que o grande adversário de Anastasia era o desconhecimento da população em relação a ele. Por isso insistiram em mostrá-lo como figura atuante no governo mineiro desde 2003, criador do choque de gestão que reorganizou as finanças de Minas. Aécio viajou por todo o estado com o seu candidato para reforçar a aliança e a ligação com Anastasia. A chapa formada também incluiu o ex-presidente da República Itamar Franco (PPS) concorrendo a uma das vagas mineiras para o Senado, ao lado de Aécio.

O alto preço da escolha errada

Os valores são altos e os prejuízos sociais, incalculáveis. Os desvios de recursos da saúde e da educação no Brasil levaram a Controladoria-Geral da União (CGU) a pedir a devolução de R$ 530 milhões aos cofres públicos com base em processos concluídos entre 2008 e julho deste ano. A maior parte das irregularidades é atribuída a políticos eleitos ou a pessoas indicadas por eles para administrar recursos repassados pelos ministérios da Saúde e da Educação para prefeituras e governos. Nesta terceira reportagem sobre a importância da escolha dos próximos representantes populares, o Correio fez a conta do rombo encontrado pelos auditores em fiscalizações realizadas nos últimos anos, e conta a história de duas brasileiras vítimas dos desfalques e do descaso desses gestores com setores essenciais à promoção da dignidade humana.

Os relatórios(1) encaminhados pela CGU ao Tribunal de Contas da União (TCU) mostram irregularidades como o não cumprimento das ações que deveriam ser realizadas com os recursos repassados, falhas nas prestações de contas e até ausência de respostas a questionamentos sobre a aplicação do dinheiro. Segundo técnicos da controladoria, o meio bilhão de reais desviado nos últimos anos ainda representa uma quantia bem inferior ao valor real dos desfalques, já que os auditores não fiscalizaram todos os estados e municípios, mas apenas alguns deles, escolhidos por sorteios. A amostragem assusta qualquer contribuinte. Somente em 2009, gestores públicos mudaram o destino de R$ 234,2 milhões que saíram da conta do Ministério da Saúde e não se transformaram em investimentos em hospitais, aparelhos ou serviços médicos. Em 2008, o valor desviado do setor foi de R$ 203,9 milhões. No primeiro semestre deste ano, a quantia que a CGU pediu de volta aos cofres públicos caiu, chegando a pouco mais de R$ 10 milhões.

A evolução do voto

No mundo, ele existe há quase 3 mil anos. No Brasil, entre idas e vindas, ajudou a consolidar a democracia desde 1989, quando ocorreu a primeira eleição após a ditadura . O voto é um instrumento fundamental no jogo da política. O uso dessa ferramenta, hoje, vai definir a nova composição do Congresso Nacional, dos governos e das câmaras estaduais. A ida de milhões de eleitores às urnas — 135,8 milhões — pode eleger, já neste domingo, o próximo presidente da República — o quadragésimo no cargo e o décimo sétimo eleito por meio do voto direto.

Em terras tupiniquins, as eleições foram realizadas com votos de inúmeras maneiras. Desde a época dos chamados homens bons, que tinham o direito a votar pelas posses e pela posição social da época, passando pelo voto de cabresto, quando as decisões eram controladas por coronéis, até o direito ao voto secreto no início da década de 1930.

A maior eleição da história

Esta será a maior eleição da história do Brasil. Pelo menos é o que mostram os levantamentos divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tanto no número de eleitores quanto no orçamento e na estrutura geral de todo o pleito, as eleições de 2010 tiveram um aumento significativo. Todo o esquema foi montado para atender os 135.804.433 de eleitores que irão às urnas hoje para escolher entre cerca de 22 mil candidatos, um número 7,8% maior que os 125.913.479 que votaram em 2006. Para isso, o TSE informou que deve gastar cerca de R$ 480 milhões — apesar de ter feito uma dotação orçamentária de R$ 549 milhões — valor superior ao total destinado à última disputa presidencial, que foi de R$ 450 milhões.

A cientista política Helcimara Telles está entre os participantes de um grupo de professores e doutores do país e do exterior que acompanharam a preparação do pleito pela Justiça Eleitoral e vão acompanhar hoje os procedimentos da votação. Ela disse estar impressionada, assim como os colegas, com o grau de desenvolvimento do Brasil no que diz respeito à organização e ao controle de todo o esquema montado para manter a lisura do processo. “O controle de segurança se destaca. E não é apenas a tecnologia de ponta que assegura a votação, mas também o processo que antecede esse momento”, afirma.

O Globo

Governistas, famosos e exóticos: a cara do novo Congresso

Um Congresso mais governista, com figuras exóticas e candidatos-celebridade, e uma renovação abaixo da média histórica. Essa é a expectativa de cientistas políticos e técnicos que acompanham o cotidiano do Parlamento e a campanha deste ano. A tendência, segundo as pesquisas, é que os atuais partidos que integram a base aliada do governo Lula cresçam, com PT e PMDB se consolidando como os dois maiores partidos na Câmara e no Senado. Enquanto a oposição, no conjunto, será menor.

Segundo Antonio Augusto Queiroz, do Departamento Intersindical de Atividade Parlamentar (Diap), nas eleições realizadas desde 1990 a média de renovação girou em torno de 50%. Na Câmara, porém, a estimava este ano é de que apenas 40% dos atuais 513 deputados sejam trocados. E no Senado a renovação também será menor, em relação às duas últimas eleições em que estiveram em jogo duas vagas, como agora: em 1994, apenas nove dos 54 senadores conseguiram se reeleger e em 2002, 14 dos 54. Congresso em Foco

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