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A pandemia do novo coronavírus impactou o calendário do futebol brasileiro. E como os principais times não podem, sequer, cogitar mudanças nas fórmulas de disputa das competições, como Brasileirão e Copa do Brasil, porque isso significaria redução de cotas de TV e de premiações, o jeito é se adaptar ao que virá por aí. E o mês de setembro, como diria o amigo Januário de Oliveira, promete ser cruel, muito cruel.
O Brasileirão terá seis rodadas mês que vem. E a Copa Libertadores, que volta, outras três rodadas. No total, nove jogos para Flamengo, Palmeiras, Athletico-PR, São Paulo, Internacional, Grêmio e Santos. E se alguns deles já tropeçam jogando apenas a Série A, como vão estar em outubro?
Aliás, em outubro, muito provavelmente teremos a reta final da Copa do Brasil, que define os classificados para a quarta fase esta semana. E a maratona vai continuar, as disputas vão afunilar com jogos decisivos e mais desgastantes, viagens em sequência e cobranças. E tudo isso em cidades e países diversos, onde a pandemia vive momentos distintos, o que sem dúvida gera ansiedade e dúvidas entre os jogadores e comissões técnicas.
Quem tem time e estrutura para isso? No ano passado, o português Jorge Jesus não poupou os jogadores do Flamengo e teve sucesso na opção. Mas, esse ano, dificilmente um time terá como suportar essa maratona. Até mesmo o Rubro-Negro carioca, mesmo reforçado e com mais alternativas no banco.
O que se pode esperar? Surpresas na classificação? Nos mata-matas da Copa do Brasil? Ou da Libertadores? É bem provável, mas não é garantido. Minha aposta é de que haverá escolhas, e competições priorizadas, como não devia acontecer, mas que este ano, pelo visto, será a única alternativa viável para quem quiser conquistar um título.
“Abraçar o mundo” não é recomendável. Menos ainda em tempos de isolamento social.
Por Sergio du Bocage, apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil.
Agência Brasil